sábado, 9 de janeiro de 2016

Panteísmo na e da igreja conciliar.


Quando Assis se repete a cada 24 horas...

 “O meu amado é de tal natureza que não admite rival”.
Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, Livro II, cap. 7.

Prezados amigos,

Salve Maria!

Serei breve e objetivo. Esta semana, foi divulgado um vídeo oficial da igreja Conciliar onde o Papa Francisco pede orações nas intenções para o mês de janeiro: “que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e justiça”. Neste mesmo vídeo, aparecem imagens “simbolizando” as religiões budista, islã, judaica e Cristã. Bom, “vamos por partes”:

Duas igrejas para um Papa:

Primeiramente, eu não consigo entender tanta euforia, até mesmo nos meios tradicionais por conta do vídeo divulgado. Primeiramente: É sabido que Bergoglio, após ser eleito tornou-se Papa de duas Igrejas: A Católica e a conciliar.

“Gustavo Corção na revista Itinerários de novembro de 1974, logo em seguida o Padre em L’Aurore de 18 de março de 1976, expressaram-no publicamente: A crise religiosa já não é como no século XV, quando se teve uma só Igreja e dois ou três papas simultaneamente: Hoje é ter um só papa para duas Igrejas, a católica e a pós-conciliar".” (...) (Fonte em português aqui, em espanhol aqui)

Dom Lefebvre, neste mesmo diapasão diz:

Esta igreja conciliar é uma igreja cismática, porque ela rompe com a Igreja católica de sempre. Tem seus novos dogmas, seu novo sacerdócio, suas novas instituições, seu novo culto já condenado pela Igreja em repetidos documentos oficiais e definitivos. É por isso que os fundadores da igreja conciliar insistem tanto sobre a obediência hoje em dia, fazendo abstração da Igreja de ontem, como se ela já não existisse. (Fonte em português aqui, em espanhol aqui)

Não há motivo aparente para espanto:

Bom, com base nisso, passemos a fazer a clara distinção entre as duas igrejas. E que

"os católicos que se assustam com a nova linguagem utilizada pela igreja conciliar, têm a vantagem de saber que este não é novo, que Lamennais, Fuchs, Loisy o iniciaram desde um século atrás, e que eles mesmos não fizeram mais reunir todos os erros que correram no curso dos séculos” (Carta Aberta aos Católicos Perplexos, cap. 16). (Fonte da citação em português aqui, em espanhol aqui)

Com isso, Francisco, que veio confirmar as ideias revolucionárias do Concílio Vaticano II não fez mais que o seu papel na igreja conciliar. O que fez Francisco? Continuou o cumprimento da Nostra Aetate, Unitatis Redintegratio, e da Dignitatis Humanae, assim como fizeram Paulo VI, (eventualmente João Paulo I), João Paulo II e Bento XVI... O que há de se esperar desses senhores que apregoam o último Concílio?

Eu não sei por que o motivo do espanto. Nosso Senhor disse: “pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (S. Mateus VII, 16), e, em outra parte: “Porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos.” (São Lucas VI, 44). O que pedir à igreja conciliar? Declarações católicas?

Ainda há quem combata exclusivamente às folhas e os galhos da árvore conciliar, enquanto que o seu mal está na raiz. A raiz da igreja conciliar chama-se Concílio Vaticano II. Enquanto os neo-conservadores e alguns progressistas de plantão tentam, em vão, combater os sintomas, e esquecem-se da doença.

Nosso Senhor, Redentor do gênero humano, a Divina Sabedoria Encarnada que não pode errar, nos enganar e nem ser enganado nos dá sentenças curtas e preciosíssimas:

“Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos os conhecereis.” (São Mateus VII, 17-20) (grifos meus)

Não é preciso fazer grandes esforços teológicos, tampouco buscar argumentos na Suma Teológica para ver claramente que as passagens acima citadas encaixam-se perfeitamente à igreja conciliar. Se hoje colhem-se maus frutos é porque a árvore é má. E Nosso Senhor disse “toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.” (São Mateus VII, 19).

Façamos apenas um pequeno esforço intelectual: Quem pensa que estes frutos são bons, estão conformados com a igreja conciliar. Quem pensa que estes frutos são maus, o que procuram na igreja conciliar? Gostaria apenas de ressaltar que, o que se pensa pouco influi na realidade das coisas. O que é mau segue sendo mau...

Uma pequena percepção:

Há quem ficou extremamente chocado com o dito vídeo da igreja conciliar. Ficaram tão abismados que não se atentaram para um detalhe que não é um detalhe: Quando os conciliares, no vídeo, apresenta o Cristianismo, não colocam como símbolo um Crucifixo e sim uma singela imagem do Menino Jesus, com um olhar cândido... Por quê? Não preciso dizer...

Do Sagrado Batismo e seus efeitos:

Não vou me deter neste assunto porque é uma questão elementar de Catecismo de Primeira Comunhão. Francisco diz no vídeo: “Nesta multidão, nesta variedade de religiões só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus”. É preciso dizer que isso é heresia?

O Catecismo de São Pio X nos diz quais são os efeitos do Sacramento do Batismo:

O Sacramento do Batismo confere a primeira graça santificante, que apaga o pecado original e também o atual, se o há; perdoa toda a pena por eles devida; imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros do Paraíso, e torna-nos capazes de receber os outros Sacramentos. (grifos meus)

O drama do fim dos tempos:

No livro “O drama do fim dos tempos”, o Padre Emmanuel André, escrito nos anos de 1884-1885, profetiza:

É muito crível também que o Anticristo disporá, para subir, de todos os partidários das falsas religiões. Ele se anunciará como cheio de respeito pela liberdade dos cultos, uma das máximas e uma das mentiras da besta revolucionária. Dirá aos budistas que é um Buda; aos muçulmanos, que Maomé é um grande profeta. Nada impede que o mundo muçulmano aceite o falso messias dos judeus como um novo Maomé. O que sabemos? Talvez irá até dizer, em sua hipocrisia, como Herodes seu precursor, que quer adorar Jesus Cristo. Mas isso não passará de uma zombaria amarga. Malditos os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável Salvador seja posto lado a lado com Buda e Maomé, em não sei que panteon de falsos deuses! (Livro O drama do fim dos tempos)

Do castigo divino:



A Irmã Lúcia de Fátima, em 26 de Dezembro de 1957 confidenciou ao Padre Augustín Fuentes o seguinte:

"Senhor Padre, a Santíssima Virgem está muito triste, por ninguém fazer caso da Sua Mensagem, nem os bons nem os maus: os bons, porque continuam no seu caminho de bondade, mas sem fazer caso desta Mensagem; os maus, porque, não vendo que o castigo de Deus já paira sobre eles por causa dos seus pecados, continuam também no seu caminho de maldade, sem fazer caso desta Mensagem. Mas creia-me, Senhor Padre, Deus vai castigar o mundo, e vai castigá-lo de uma maneira tremenda. O castigo do Céu está iminente." (Fonte) (grifos meus)

São João Eudes nos diz que o pior castigo que Deus pode enviar ao seu povo é maus sacerdotes, senão, vejamos:

"A marca mais evidente da cólera de Deus e o castigo mais terrível que Ele pode dar ao mundo manifestam-se quando Ele permite que o Seu povo caia nas mãos de clérigos que são padres mais em nome do que em actos, padres que praticam a crueldade de lobos predadores em vez da caridade e do afecto de pastores dedicados...
"Quando Deus permite tais coisas, é prova muito positiva de que Ele está muito irado com o Seu povo, e está a fazer-lhes conhecer a Sua temível cólera. É por isso que Ele clama sem cessar aos Cristãos, ‘Regressai, filhos revoltados ... e Eu dar-vos-ei pastores segundo a Minha vontade’ (Jer.3:14,15). Assim, as irregularidades nas vidas dos sacerdotes constituem um flagelo sobre o povo, em consequência do pecado.” (S. João Eudes, The Priest: His Dignity and Obligations, (Nova York: P.J. Kennedy & Sons, 1947) pp. 9-10. – Visto aqui)

A irmã Lúcia de Fátima disse em 1957 que o castigo divino era iminente, e de fato o foi (e está sendo). Em 1958 morre o saudoso Papa Pio XII, de gloriosa memória, e o resto da história, todos já a conhece...

Porque não posso me unir as intenções propostas por Francisco?

Simples! Porque, ao contrário dele, sou católico! Vou colacionar abaixo alguns trechos da Carta Encíclica Mortalium Animos [que ainda está no site do Vaticano] do Papa Pio XI “sobre a verdadeira unidade de religião”:

Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.

Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada. [...]

Está, portanto, claro que a religião verdadeira não pode ser outra senão a que se funda na palavra revelada de Deus; começando a ser feita desde o princípio, essa revelação prosseguiu sob a Lei Antiga e o próprio Cristo completou-a sob a Nova Lei.
Portanto, se Deus falou – e comprova-se pela fé histórica Ter ele realmente falado – não há quem não veja ser dever do homem acreditas, de modo absoluto, em deus que se revela e obedecer integralmente a Deus que impera. Mas, para a glória de Deus e para a nossa salvação, em relação a uma coisa e outra, o Filho Unigênito de Deus instituiu na terra a sua Igreja. Acreditamos, pois, que os que afirma serem cristão, não possam fazê-lo sem crer que uma Igreja, e uma só, foi fundada por Cristo. Mas, se se indaga, além disso, qual deva ser ela pela vontade do seu Autor, já não estão todos em consenso.

Os que foram miseravelmente infeccionados por ele [pelo modernismo] defendem que não é absoluta, mas relativa a verdade revelada, isto é, de acordo com as múltiplas necessidades dos tempos e dos lugares e com as várias inclinações dos espíritos, uma vez que ela não estaria limitada por uma revelação imutável, mas seria tal que se adaptaria à vida dos homens.


Do indiferentismo religioso:

O que faz Francisco? Aprofunda a crise religiosa instaurada no mundo com o seu indiferentismo religioso condenado formalmente pelo Papa Gregório XVI na Carta Encíclica Mirari-vos:

Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda parte, graças aos enganos dos ímpios, e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis, com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef 4, 5): entendam, portanto, os que pensam poder-se ir de todas as partes ao porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Lc 11,23), e os que não colhem com Cristo dispersam miseramente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha (Simbol. Sancti Athanasii); ouçam S. Jerônimo, do qual se diz que quanto alguém tentara atraí-lo para a sua causa, dizia sempre com firmeza: O que está unido à Cátedra de Pedro é o meu (S. Hier., ep. 57). E nem alimentem ilusões porque estão batizados; a isto calha a resposta de Santo Agostinho que diz não perder o sarmento sua forma quando está amputado da vide; porém, de que lhe serve, se não tira sua vida da raiz? (In Ps. contra part. Donat.). (grifos meus)

Onde fica a Syllabus?

Como é certo que esta igreja nova segue suas próprias doutrinas humanas, já não mais e importam nas condenações da Syllabus onde contém condenações aos principais erros da nossa época, onde Francisco incorre nalguns deles. Condena-se o pensamento de que:

 É livre a qualquer um abraçar e professar aquela religião que ele, guiado pela luz da razão, julgar verdadeira.

No culto de qualquer religião podem os homens achar o caminho da salvação eterna e alcançar a mesma eterna salvação.

Da condenação na Sagrada Escritura:

Com tudo isso, muitos ficaram e ficarão indignados com o vídeo divulgado, entretanto, não se “atreverão” a discordar da igreja conciliar... Dante Alighieri nos diz que: “no inferno, os lugares mais quentes, são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”. Bom, se não quiser acreditar em Dante, acredite, leitor, ao menos na Sagrada Escritura que diz: “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.” (Apocalipse III, 15-16) (grifos meus)